
Em meio a relatos de tentativas de fraudes no cadastramento das chaves do PIX, o Banco Central (BC) afirmou nesta quinta-feira, 15, por meio de nota que “já iniciou processos formais de fiscalização de participantes” do sistema. A autarquia, no entanto, não esclareceu os motivos para a fiscalização, nem informou quantas instituições financeiras estariam sendo alvo deste processo. “O Banco Central informa que monitora e supervisiona continuamente o processo de cadastramento de chaves PIX, já tendo iniciado processos formais de fiscalização de participantes”, afirmou o BC na nota. “Caso detecte irregularidades nesses processos, incluindo eventuais cadastramentos indevidos, o Banco Central punirá os infratores nos termos da regulação vigente.”
Em sua comunicação, o BC não deu detalhes sobre a questão dos “eventuais cadastramentos indevidos”. O Broadcast entrou em contato com a autoridade monetária para saber, exatamente, o que motivou a comunicação desta tarde. Até o momento, o BC não respondeu.
O PIX é o novo sistema de pagamentos instantâneos do Brasil. O processo de cadastramento das chaves começou em 5 de novembro. Desde então, há diversos relatos na internet de tentativas de fraudes, inclusive por meio da montagem de sites falsos de bancos, para roubo de informações dos clientes. Saiba mais
Guedes diz que pode desistir de imposto sobre transações digitais
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, 15, que pode desistir da criação de um novo imposto sobre transações digitais nos moldes da antiga CPMF.
“Não tem aumento de imposto, não existe aumento de imposto”, afirmou. “A mídia, por exemplo, quer desonerar a folha de pagamento, não quer? Esse imposto só entraria se fosse pra desonerar. Talvez nem precise, talvez eu desista”, afirmou Guedes.
Ontem, porém, Guedes havia defendido a criação do imposto sobre transações e acusou a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) de ser contra a iniciativa “porque quer beber água onde os bancos bebem”.
“Eu acho que os bancos vão acabar usando também. Porque os bancos já cobram uma CPMF hoje. A Febraban é que mais subsidia e paga todos os economistas brasileiros para dar consultoria contra esse imposto, mas a Febraban está fazendo isso porque querem beber água onde os bancos bebem. Os bancos bebem essa água”, disse Guedes ontem, durante o 10º Seminário de Administração Pública e Economia, promovido pelo IDP. Saiba mais
Segundo presidente do Banco Central, Choque fiscal explica parte da depreciação cambial dos emergentes
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 15, em palestra em evento promovido pela XP Investimentos, que o “choque fiscal explica parte da depreciação cambial dos emergentes”.
No Brasil, em meio à pandemia do novo coronavírus e das preocupações do mercado financeiro em relação à sustentabilidade fiscal do país, o dólar acumula alta de cerca de 40% ante o real em 2020. Nesta quinta, mais cedo, a moeda americana à vista era negociada a R$ 5,6095.
Na palestra, o presidente do Banco Central repetiu uma série de mensagens dos documentos mais recentes do BC sobre política monetária. Conforme Campos Neto, “devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”.
“Consequentemente, eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”, registrou Campos Neto. Saiba mais
Mercados europeus caem com disseminação do vírus
As ações europeias despencaram à medida que a França e o Reino Unido apertaram as medidas para impedir a disseminação do coronavírus. O governo da França impôs toque de recolher nas principais cidades na noite de quarta-feira, enquanto os londrinos serão proibidos de se reunir com pessoas de outras famílias a partir do fim de semana.
As medidas surgem em meio a uma sensação crescente de que o continente está atrasado no controle da propagação do vírus. A alemã Angela Merkel teria dito, após uma reunião com políticos locais na quarta-feira, que as medidas que eles aprovaram “não são fortes o suficiente para prevenir um desastre”. Saiba mais
Dados do FMI apontam crescimento do PIB China bem acima dos EUA
A pandemia de Covid-19 produzirá mudanças duradouras no crescimento global, com avanço ainda maior da China.
A proporção da expansão mundial proveniente da China deve aumentar de 26,8% em 2021 para 27,7% em 2025, de acordo com cálculos da Bloomberg com base em dados do Fundo Monetário Internacional.
Seriam mais de 15 e 17 pontos percentuais acima da participação dos EUA em 2021 e 2025 no PIB global estimado, respectivamente. Índia, Alemanha e Indonésia completam os cinco maiores motores de crescimento no próximo ano.
O FMI agora prevê que o PIB mundial encolha 4,4% neste ano, uma melhora em relação à queda de 4,9% projetada em junho, de acordo com o mais recente World Economic Outlook divulgado nesta semana. Em 2021, o FMI espera crescimento de 5,2%.
O FMI estima que a economia da China crescerá 8,2% no ano que vem, queda de um ponto percentual em relação à estimativa de abril do FMI, mas forte o suficiente para responder por mais de um quarto do crescimento global. O PIB dos EUA deve se expandir 3,1%, respondendo por 11,6% do crescimento global em 2021 em termos de paridade do poder de compra.
Até 2025, a perda cumulativa da produção em relação à trajetória projetada pré-pandemia deve crescer para US$ 28 trilhões. Saiba mais